Dia de cão

Peguei um pequeno resfriado e estou com uma dor de cabeça infernal depois de passar o dia inteiro de ontem encharcada por causa da chuva que transformou a cidade de São Paulo numa filial do Wet'n Wild.
Acordei péssima. Acordei não, me acordaram. Logo hoje, que eu não precisaria levantar cedo e planejava me recompor dormindo, mas aí...

Eu ainda estava de pijama, com os cabelos arrepiados e meu rosto exibia a marca invertida de uma renda que minha avó havia bordado na fronha do meu travesseiro há anos, quando chega uma senhora para medir o apartamento àquela hora da manhã (essas coisas de mudanças, venda de imóvel, visitas inesperadas são um verdadeiro porre). Daí a velha entra no meu quarto, faz inúmeros comentários sobre o ambiente, o gato, eu, com uma voz absurdamente estridente, quando num raro momento de felicidade eu a observo se chocar violentamente com a janela, bateu a cabeça, deve ter doído...não percebeu que ali tinha um vidro. Quando a tia finalmente vai embora e eu penso em retornar pra cama, o telefone toca. Claro que era uma ligação inútil, então eu me deito, e o telefone toca mais uma vez. Pronto! Desisto! Eu odeio que me liguem logo cedo, a não ser que o assunto seja de extrema importância, mas parece que quando eu enfio o nariz no travesseiro soa um alarme na casa de alguém para me fazer uma ligação idiota. E assim começou o meu dia.
Durante esse dia maravilhoso eu ainda manchei minhas calças (adivinhem o local) com tinta preta do cartucho da impressora. E só pra constar: tinta preta de cartucho de impressora à jato mancha as calças de amarelo, portanto você pode esfregar o diabo que for, o máximo que você vai conseguir é trocar uma mancha preta ridícula por uma amarela, não menos cafona.