domingo, 25 de novembro de 2012

Em terra de gente doente, terapia é mingau!




Este ano já está no final, ainda bem! Não que eu seja uma crédula passiva dos milagres desencadeados pela anual volta da Terra ao redor do Sol mas como um bom ser humano que se preze eu também preciso criar ciclos pra vida. Acabou o ano, momento de rever o que fiz até então e me sentir aquela inútil.

Eu sei exatamente o que fiz esse ano; me dediquei em silêncio. É estranho... eu comecei este ano com uma espécie de culpa e com uma consciência muito grande sobre minhas limitações e especialmente os riscos em que minhas crenças/preferências/temperamento me colocam. As experiências do ano anterior foram um tanto ousadas mas me sacrificaram um pouco. Aí eu achei que deveria ficar quieta, bem quietinha  para que não me vissem, não me notassem, não me apontassem. Eu só queria fazer a minha parte, e fiz; de maneira bem feita como sempre, sem exaltar minha participação como sempre.

Mas como uma pessoa estratégica eu me esforço a fim de obter resultados, que por algum acaso não apareceram - ao menos nitidamente -, e eu neste momento me sinto desgastada feito uma prostituta que foi usada a noite inteira. Não sei, parece que houve um assalto diário ao longo desses já quase 365 dias deste ano e que durante todos eles eu cheguei em casa meio assustada e sem saber o que é prioridade na vida já que no instante seguinte pode vir alguém e levar tudo embora.

É assim às vezes: você acorda e faz o que tem de ser feito mas nem sempre é o bastante. Às vezes você também tem de ser invisível, às vezes tem de se fazer de idiota, às vezes tem de aparecer mais mas sem parecer muito confiante, enfim, é uma arte. Ser corajoso, por exemplo, é uma fraqueza dependendo de onde estiver. Os outros podem ter tudo, podem ser perfeitos inclusive, mas diante de uma pessoa corajosa eles tremem, se sentem expostos e pronto: fodeu.

É claro que eu também tenho as minhas misérias mas não costumo despejá-las nas pessoas. Me canso com muita facilidade porque as pessoas normalmente teimam em usar sua parte doente para tentar conseguir o que querem. Me canso por ter de levantar da minha cama e entrar num recinto cheio de pessoas doentes, cheias de ego, cheias de medo, cheias de ilusão de superioridade, cheias de carências, cheias de grifes e labels e com uma ausência preocupante de simplicidade. Triste.

Há também muitos psicopatas nos meios em que convivemos: pessoas que têm distúrbios graves mas que graças a Deus não encontraram uma arma letal dando sopa por aí, e seguem destruindo ainda assim com suas "armas brancas". Esse ano tive minha experiência com um perfil deste.

Eu tenho um monte de medo e carências também, mas caralho! Sei me recompor e ser justa apesar de tudo. Sei ser leal, dar espaço àqueles que merecem, valorizar quem tem valor, agradecer quem me ajudou. Meu medo não sai à frente querendo atingir as pessoas feito pombas no telhado.

Ainda que eu tenha bons motivos pra acumular carências, decidi não usar a minha "história triste" pra conseguir o que quer que fosse. Apesar de ter tido que apanhar um bocado para conseguir coisas que a maioria das pessoas com quem convivo ganharam de bandeja, eu não acredito que seja necessário usar de piedade ou dissimulação para conquistar o que quer que seja, ou quem quer que seja. Pois afinal de contas não quero conquistas que durem até que me desmascarem.

Pra falar a verdade, me sinto muito saudável quando estou aí no mundo andando contra a corrente daqueles que acham que brilhar é ofuscar.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Eu não vou pedir desculpas... Mas busco um personal apologizer para aliviar minha pena




Afinal, a gente é o que a vida fez da gente?

Em alguma parte isso é um fato. Somos produto do meio ambiente + o quê? Porque afinal de contas há pessoas que saíram de um mesmo ambiente, tiveram experiências parecidas, mas têm motivações completamente distintas. Então o que pesa mais? As experiências ou algo particular, nato, interno?

Também não posso deixar de sentir o peso do ambiente e das experiências em meu comportamento. Abrindo meu livro, posso sentir na responsabilidade e reserva que trago como características, a influência de alguns fatos passados.

Já relatei diversas vezes que sou uma pessoa que incomoda. Não digo isso pra soar "Falam de mim porquê têm inveja de mim, mimimi, sou foda", essas bobagens, mas sim porque é difícil provar que você tá certa quando tem um histórico de embates, mas não fez absolutamente nada pra que isso se desenvolvesse. Ocorre num simples movimento, quando me torno destaque de alguma situação - seja promoção no emprego, algum convite de alguém de destaque, alguém apaixonado por mim, etc.

Tem um episódio, digamos assim, engraçado, quando eu estava no colégio e fui ameaçada de morte pois eu andava com um grupo e pessoas que riam muito (Oi?). Eles ligaram pra minha mãe e disseram que eu me vestia toda bonitinha e ficava o dia inteiro rindo alto e que eu devia sair do colégio se quisesse preservar minha integridade física (não com essas palavras, claro). Ou seja: pena de morte pra esse povo que ri por aí, né? Fiquei apavorada! Fiz um retrato imaginado de um cara que vivia atrás de mim e me arrependi de um dia ter ligado pra casa de uma menina mala da escola e dizer que ia arrasar com ela (no dia seguinte tava toda a família da menina na porta do colégio).

Daí, um ano depois fui expulsa do colégio porque uma professora se incomodava comigo, se incomodava com minha ausência inclusive, já que eu faltava bastante. Quase sempre.

A única vez em que fui dispensada de um emprego me deixaram muito claro que eu não só era muito competente mas me destacava profissionalmente entre os demais, mas não podia mais ficar ali pois eu incomodava uma gerente. Essa gerente inclusive é uma pessoa que parecia ter uma vontade de fazer parte da minha vida, ser minha amiga, se identificar comigo: "Nossa, você também desenha? Que coincidência, eu também! Dançava? Eu também!!!". Mas ao passo que não me tornei sua BFF por manter minhas convicções profissionais (leia-se não ter medo de desagradar subordinados ao tomar decisões) ela se tornou uma inimiga.

Eu tenho diversas histórias para contar sobre isso. Assim, diversas! Algumas mais engraçadas outras nem tanto. Na faculdade, nos relacionamentos, em casa, etc.

E aí fui notando que se eu não tomar cuidado posso desafiar alguém ou colocá-lo em prova sem que eu tenha qualquer noção a respeito.  O oposto disso é que pessoas fortes e bem resolvidas naturalmente se tornam aliadas, parceiras e rola uma admiração mútua. Não sei se gosto muito da companhia desses sentimentos antagônicos sobre mim.

Mas tenho tenho percebido que isso vai diminuindo ao passo que paro de me revoltar com a situação.Eu me revoltava muito com a injustiça que isso carrega. A insegurança de uma pessoa qualquer acabava se tornando um problema meu. Que caralho!

É como se eu personificasse uma religião, um pai, ou alguém que devesse acolher fracos e oprimidos para não ser apedrejada por eles. O oposto disso é que pessoas fortes e bem resolvidas naturalmente se tornam aliadas, parceiras e rola uma admiração mútua.

Acho que pode ter a ver com meu posicionamento. Se você decide se respeitar e exigir respeito, em algum momento você se torna notável. Quando você se torna notável, por outro lado, fica muito mais vulnerável, afinal todos têm um ponto fraco. Eu tenho vários! Aí os miseráveis começam a explorar isso. E a voz do povo, por vezes é a voz de Deus (só que não: vide políticos).
Eu me respeito muito e exijo muito respeito porque pouquíssimas pessoas sabem a minha história e quanto cada pequeno passo adiante me custou.

Mas voltando ao ponto inicial, isso tudo obviamente contribuiu para que eu fosse (sou ainda) uma pessoa muito desconfiada e que não gosta de atenção. Eu não brigo por destaque em situação alguma porque sei que se eu quiser atrair atenção pra mim eu não somente consigo como ela vem bruta e desenfreada. Eu tenho medo.

Eu me abro quando consigo confiar nas pessoas, eu saio com alguém apenas quando esse alguém apresenta traços de caráter confiáveis pois senão me sinto num filme de trapaças. Eu tenho trejeitos repelentes, feito gatos que desviam de toques, porque sou um bicho desconfiado.

Mas quando eu confio, a cumplicidade que surge é a melhor das curas.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Baile de máscaras

Não compreendia exatamente o peso daquela afirmação que escutei muito na minha infância de que não era fácil ser honesto. Se não é fácil ser honesto com a gente mesmo, imaginem ter como hábito ser franco diante da vida.

Acho que dançar talvez seja o exercício mais necessário do mundo. Eu tô aprendendo a dançar com as pessoas. Mas ainda engatinho.


Até o ano passado eu não me sentava na mesma mesa junto a alguém de quem eu não gostasse. Mas quando te tiram as opções, te tiram as possibilidades, a gente muda. Hoje eu sento à mesa e converso amenidades com inimigos. Vejam só! Até selvagens aprendem a dançar. 



Danço pra fingir que não sou tudo o que sei que sou pra não ofender as carências alheias. Não vá cometer o pecado de ser inteligente, atraente e forte, tudo ao mesmo tempo. Você escolhe qual qualidade cabe a cada ambiente. Claro que vivo errando o passo da dança. 


Mas quando posso relaxar, volto aos embates com gosto ao deixar bem claro quem sou, o que gosto e o que não gosto. 

Eu sou jovem, autosuficiente, mas eu não gosto de sexo casual, não gosto de balada, honestamente. Detesto frescura, especialmente a dos outros. E não venha me impor o que você acredita que é viver só porque seu círculo social definiu. Eu sempre escolhi o que gosto e caguei pra círculo social. 

Você vai ter de aprender a dançar porque as pessoas são cheias de misérias. E teimam em sair atirando dardos nos outros feito crianças contrariadas. Eu tô aí no mundo também, rezando pra não encontrar mais fêmeas seeking for atenção hollywoodiana e homens assustados e temerosos perto de alguém que sabe o que não quer. 


Deve ser pra isso que existe amor (existe, né?): você encontra alguém que finalmente não pede que você seja adaptável as suas carências. Você não precisa ser menos ou mais do que é, só precisa ser você mesmo. Se te ama, quer os seus 100% louváveis ou constrangedores.


É igual chegar em casa e tirar a roupa.Ninguém quer se deitar de jeans.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Talk Show 2.0

Cada vez que rola um acontecimento público nós somos bombardeados pelo excesso de opinião a respeito vindo das redes sociais das quais fazemos parte, certo? Reflexo de um tempo novo e de mídias democráticas. Legal! Que bom que temos espaço para falar, pra divulgar, pra protestar, etc. Contudo, que pena que fica tão evidente a falta de bom senso da metade das pessoas que conhecemos.

Esses novos espaços criaram (ou despertaram) nas pessoas uma síndrome de Boris Casoy, em que os fatos só são validados depois que passarem pelo julgamento dos críticos ociosos. Eles sentem uma necessidade visceral de comentar, de dar sua ilustre opinião, sobre tudo, absolutamente tudo, o que circunda o mundo. E aí fica evidente o quanto uma pessoa sem conhecimento de caso deveria mesmo é ficar quieta, comendo Cheetos, tomando Coca Zero e jogando FarmVille - em silêncio.

Não sei bem se é a vontade de ser importante, de se sentir relevante de nunca se permitir passar despercebido é que faz a gente presenciar tantos porta-vozes da atualidade. É a chuva dos RIP-gente-que-nunca-fez-parte-da-minha-vida-mas-eu-vou-comentar-minha-posição-sobre-sua-morte-vida-e-obra-mesmo-assim.

E é por essas e outras que, quando eu identifico uma pessoa que se permite ficar na dela, que dá sua opinião sobre assuntos que, de fato, entram em seu campo de interesse ou conhecimento e que, principalmente, consegue ficar em silêncio em momentos que sua opinião não faria a mínima diferença no decorrer dos fatos, eu a considero não apenas uma pessoa sóbria como selvagemente sexy. Adoro gente que sabe qual o seu lugar!

E reforço que essa é fragilidade das redes sociais; ela dá espaço pra que tenhamos acesso aos pensamentos altos de muita gente sem noção. Coisas que normalmente seriam ditas durante a exibição do Jornal Nacional perante no máximo três membros da família, agora têm espaço de divulgação ampla.
Obviamente não acho que esse espaço deveria ser extinto. Penso que é válido e necessário podermos extravasar! Talvez essa super exposição evidencie mesmo o que a galera se tornou, além de demonstrar o desconforto que as pessoas têm com o silêncio.

Ou não. Perhaps a vida é isso aí; Big Brother 2.0.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Há honestidade na feiura

Sabem que acho mais difícil para uma mulher atraente acreditar e vivenciar relacões verdadeiramente afetivas. Lembro que uma vez uma amiga (polêmica) disse, enquanto estávamos no colégio ainda, que relacionamentos duradouros era coisa pra 'gente feia'.
Bom, não concordo absolutamente, mas em algum grau isso é real. Beleza distrai, magnetismo sexual confunde e dentro desse contexto, uma mulher com esses atributos vai distrair muita gente, hipnotizar diversas, e o que vai receber é atenção... Atenção nada tem a ver com afeto.

É também muito difícil crer em ~amor~ quando alguns fatos passam pela vivência de uma mulher atraente - e que tem capacidade para relacionar fatos.

Você tem amigas que têm um namoro aparentemente admirável, com declarações e o caralho, mas numa festa, quando você se afasta para o bar, o namorado atencioso dela vai atrás de você para testar sua fidelidade, já que a dele é duvidosa. Tios respeitáveis insistem em te elogiar e abraçar efusivamente quando cumprimentam. Você recebe promessas de homens bem casados, com filhos pequenos, que se desdobram em declarações para você e possivelmente para a parceira oficial quando ele retorna pra casa.

Isso pode ser apenas a falta de honestidade de alguns homens em particular, não do gênero como um todo, claro, mas ainda assim são atitudes que confundem e perturbam muito. É muito difícil não relacionar essa falta de respeito aos relacionamentos de uma maneira geral e por mais que em alguns momentos você se iluda, achando que é a fodona, em algum momento você se coloca no lugar da mulher humilhada, e aplica um insulfilme preto fosco na ótima amorosa, negando um possível retrato do que pode ser o seu futuro.

O que funciona muito bem nesses casos é ser burra. Se você for bela e burra, atraente mas dispersa, você cria uma ilusão que diz para si que na verdade você que é muito boa. Não há nada de errado em invocar e receber atenção. Se eu não tenho o hábito de analisar situações e traçar raciocínios, deve ser inclusive muito legal receber essa atenção. Ainda que puramente atenção, desligada de sentimento.


Sei lá...

domingo, 8 de janeiro de 2012

Camaleão, who?

Aprende com quem sabe Lady Gaga.





Feliz 65 primaveras, David Bowie!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Coisas organizadas ordenadamente

Esqueci de pensar numa resolução de ano novo. Me distraí quando deu meia-noite e só voltei a pensar nisso hoje. Acho que pra mim disciplina é uma boa. Quero fazer um monte de coisas e apenas sistematizando os processos devo conseguir.

Dizem que ordem otimiza o tempo. Vamos acompanhar...

Ah, claro que não posso negligenciar a lição mais importante do ano que passou: se você estiver com febre, interrompa o que estiver fazendo, seja pra quem for, e vá ao médico - ou pra casa tomar chá. A hierarquia enciumada te diz que sua vida não importa, mas suas prioridades devem ser as maiores prioridades de sua vida.

Para se inspirar: Things Organized Neatly (...Isso já parece um tanto agressivo).