quarta-feira, 25 de julho de 2012

Baile de máscaras

Não compreendia exatamente o peso daquela afirmação que escutei muito na minha infância de que não era fácil ser honesto. Se não é fácil ser honesto com a gente mesmo, imaginem ter como hábito ser franco diante da vida.

Acho que dançar talvez seja o exercício mais necessário do mundo. Eu tô aprendendo a dançar com as pessoas. Mas ainda engatinho.


Até o ano passado eu não me sentava na mesma mesa junto a alguém de quem eu não gostasse. Mas quando te tiram as opções, te tiram as possibilidades, a gente muda. Hoje eu sento à mesa e converso amenidades com inimigos. Vejam só! Até selvagens aprendem a dançar. 



Danço pra fingir que não sou tudo o que sei que sou pra não ofender as carências alheias. Não vá cometer o pecado de ser inteligente, atraente e forte, tudo ao mesmo tempo. Você escolhe qual qualidade cabe a cada ambiente. Claro que vivo errando o passo da dança. 


Mas quando posso relaxar, volto aos embates com gosto ao deixar bem claro quem sou, o que gosto e o que não gosto. 

Eu sou jovem, autosuficiente, mas eu não gosto de sexo casual, não gosto de balada, honestamente. Detesto frescura, especialmente a dos outros. E não venha me impor o que você acredita que é viver só porque seu círculo social definiu. Eu sempre escolhi o que gosto e caguei pra círculo social. 

Você vai ter de aprender a dançar porque as pessoas são cheias de misérias. E teimam em sair atirando dardos nos outros feito crianças contrariadas. Eu tô aí no mundo também, rezando pra não encontrar mais fêmeas seeking for atenção hollywoodiana e homens assustados e temerosos perto de alguém que sabe o que não quer. 


Deve ser pra isso que existe amor (existe, né?): você encontra alguém que finalmente não pede que você seja adaptável as suas carências. Você não precisa ser menos ou mais do que é, só precisa ser você mesmo. Se te ama, quer os seus 100% louváveis ou constrangedores.


É igual chegar em casa e tirar a roupa.Ninguém quer se deitar de jeans.