segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Brasil! Si, si, como no? Rio de Janêro, Porto Rico"


Ainda não comentei muito, mas recentemente eu fiz uma viagem que foi bem importante pra mim. E quando voltei, meus amigos perguntaram a respeito da experiência de ir sozinha para outro país. Eu ando pensando... Acho que algumas viagens devem contar com companhias porque se tornam mais divertidas. Algumas outras, se você topar ir sozinha e se livrar de preconceitos, certamente será uma experiência inesquecível.

Como você vai lidar com certas situações que aparecem, como vai descobrir pra que lado vai, o que quer fazer, o que vai comer, baseada em sua própria e única referência - já que não há quem opinar ou influenciar suas decisões - vai te colocar em prova, mostrando o quanto é difícil tomar totalmente para si a responsabilidade do seu rumo, ou então o quanto você consegue tomar rápidas decisões quando não há muito ruído externo. Isso tudo dá medo mas é libertador.

Mas se você for uma pessoa que só come aquilo que tua mãe te serviu a vida inteira e só acha sua cultura e hábitos válidos, aconselho a investir sua grana em algo palpável e bem conhecido. Pois geralmente as pessoas que viajam para algum lugar e não gostam, ou acham que as pessoas não foram legais o suficiente com elas, é porque quiseram impor sua rotina e maneirismos à revelia da cultura local.

Um dos principais ganhos que temos ao ingressar num lugar novo é entrar em contato com diferenças; você aprende e aceita se quiser, mas enquanto tá lá, respeita.

Durante essa viagem fui pra Portugal também, e lá ouvi muitos brasileiros afirmando que os portugueses iriam me tratar mal. Não fui mal tratada em momento algum, mas muitas vezes não fui recebida com beijos e abraços - isso é coisa do meu povo. Não saí do Brasil para encontrar características do Brasil lá fora, aturo elas quando estou aqui.

Eu sempre quis conhecer a Espanha, a Catalunya especialmente, e foi o que eu esperava: incrível! Mas foi engraçado conhecer Portugal, pois resumindo, os portugueses são uma mistura de café + palavrões + cigarros + bate boca, portanto isso é o meu pai resumidamente (um sujeito que eu sempre pensei que fosse sem noção mas depois de viajar descobri que ele nada mais é do que um bom filho de português).

E lá é assim: você dá qualquer brecha e toma uma rasgada -o que pra eles é normal, apenas um alerta pra você se ligar, e que também não foi algo de outro mundo pra mim. No máximo, quando eu não entendia ou prestava atenção a algo que diziam, eu escutava um "esses brasileiros..." e me dava ao direito de responder "Vai, ô, portuga burro" e estávamos ok.

*Mas não se enganem, há também os portuguesinhos gracinhas, bem educadinhos com carinha de Orlando Bloom que apreciam brasileiras. Além da balada mais rústica e interessante que conheci, do Bairro Alto - recomendo demais e com saudades.

Já em Barcelona eu fiquei meio boba de tão apaixonada. Aquele lugar não é um lugar comum. Tem uma aura surrealista, não só por conta das obras de Gaudí (incríveis), Miró e a arquitetura mais louca do mundo, mas as pessoas, os hábitos, os estilos, sei lá; a aura mesmo. O quanto se permitem. O lugar é muito movimentado, mas o povo não é estressado. A galera não tem aquele fardo do deadline carimbado na testa (que rola sem excessão em São Paulo) e isso é encantador. Lá, eu posso dizer que fui muito bem tratada. Todo mundo foi gentil, foi cortês, foi ousado.Eles são únicos e moderninhos, mas diferente de lugares tipo Londres, você é notado. Não só mais um original a disparar pelas ruas.

Lá eu senti mais medo também, não havia ninguém conhecido como eu tinha em Lisboa e lidei com mais gente estranha, em contrapartida, e mais convites que, por um lado, eram tentadores mas por outro, me levavam a pensar no bem dos meus órgãos e no meu passaporte que vale 5.000 euros na mão de um ilegal.
O lugarzinho que eu fiquei lá também me deixou meio receosa. Primeiro porque quando eu cheguei, com muitas dores no corpo causadas pelo manuseio das malas, não havia ninguém pra me receber. Fiquei na rua, sentada em cima da mala pensando como seria meu primeiro dia como desabrigada na Europa. E depois pelo aspecto meio burlesco da pensão, hostel, seja lá o que aquilo era afinal. Pensei que poderia encontrar umas dançarinas de cabaré nos corredores e tal mas nada disso ocorreu. E depois, quando eu retornava pro meu quarto à noite, depois de perambular livremente, sentava no quarto e pensava: Bem, aqui estou eu - e apenas eu - bem longe de casa.

Acordava noutro dia e dá-lhe andar, perguntar onde estão as coisas, habla espanhol, respondem em catalão, você emenda um inglês, eles respondem em espanhol, dão risada, pergunta de onde é, ouve alguns "aaaah, brasilêêêra" (quase um sinônimo para sexo).
Depois corre até o aeroporto, carrega malas, carrinhos, ouve uma língua conhecida; mais brasileiros! O que quando você está numa terra estranha é reconfortante, ainda que eles sejam tão numerosos quanto baratas.

Aliás, eu tive sorte: conheci muita gente bacana durante toda a viagem. Em todos os momentos, desde o embarque daqui do Brasil até o retorno eu tive boas companhias e algumas surgiam em momentos que parecia como se tivessem sido contratadas para me auxiliarem. Muito louco!

No trajeto, também me deparei com um dos homens mais bonitos que já vi em minha vida (até então), um comissário de bordo da TAP que mudou para sempre meu conceito sobre os homens portugueses. Já as duas aeromoças que circulavam por lá reforçaram o aspecto afável ao avesso das mulheres: duas portuguesas que só de olhar sentíamos que elas gostariam que fossemos nos foder com força e eco.

Num saldo muito resumido das coisas inesperadas,conheci um monte de lugar e gente bacana, fiquei presa num elevador pela primeira vez, passei três dias mancando de uma maneira bem comovente, tô com a coluna travada por carregar peso, vi os jogadores do Barçelona, me apaixonei, me perdi muito e por horas, perdi pertences e por minutos quase um vôo. Mas, apesar do corpo moído (já que nós sedentários não avaliamos o preparo físico na hora de enfiar mochilas nas costas e carregá-las pra todos os cantos e o quanto teremos de andar até finalmente encontrar um lugar ou mesmo conhecê-lo), apesar do medo de entrar em uma rua proibida (pois cada lugar tem suas regras) e apesar da confusão das línguas e hábitos, é muito legal viajar sozinha.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Quem expõe a figura é jogada ao vento em novela de Gloria Perez

Um bom virginiano gosta de segurança. É fato. Obviamente há diversas situações que nos impulsionam a nos arriscar - pessoas em geral, não apenas os nativos de Virgem, claro. Eu, de tempos em tempos, me coloco ao risco de provas por prazer, mas como boa virginiana (pessoa discreta e tal), depois de viver numa montanha russa por um bom período da ~juventude~ - adotei a segurança como boa aliada.

Algumas poucas pessoas se identificam com meu jeito de ser: somos feito gatos, gostamos de conforto, de aconchego, de cantos quentes e almofadados. Não tendemos a idolatrar ou paparicar pessoas; gente ilustre e anônimos tão no mesmo patamar (tipo, o Obama e o peixeiro da feira são tratados com a mesma cerimônia). Preferimos ficar bêbados em casa do que na sarjeta e quando colocamos o pé pra fora é porque quisemos, sentimos a necessidade e geralmente não por motivações externas.

Nem parece, mas são características profundamente irritantes pra gente exibida ou carente. Eles entendem tudo isso como um petulante ar de superioridade. O que não é! O nosso senso de distinção é bem realista. Gente é gente, com defeitos que sabemos identificar numa olhadela de canto e qualidades que admiramos, muitas vezes, à distância.

Sendo fêmea, também encontrei questionamentos. Já perdi a conta de quantas vezes me perguntaram o porquê da minha discrição fashionista. Cadê as saias curtas? O decote? O apelo?

Muitas vezes me disseram, sem que eu tivesse perguntado, é claro, que eu não apenas evitava, mas aparentava um desconforto explícito quando me tornava foco em algum momento, e que essa postura acabava refletindo num bloqueio para a aproximação tanto de tímidos como de impetuosos.

As coisas são como são. E no meu caso, o apelo não está e provavelmente nunca estará exposto. Mas existe, aparece na hora certa e é bem utilizado.

Eu me sinto desconfortável quando me torno o centro das atenções e, por acaso, sinto que chamo a atenção sem muito esforço. Em qualquer lugar que eu já tenha habitado, fui alvo de fofocas, de intrigas, de elogios, de curiosidade, de comentários masculinos, de apostas, de ‘colegas’ que monitoravam qualquer novidade sobre minha pessoa, Enfim... Boa e má atenção, nada anormal.  Mas confesso que essa repercussão me intrigava de uma maneira profunda, e por muitas vezes incomodava. Sempre achei desproporcional eu receber uma atenção que não estava solicitando.

A galera aqui (BR) é expansiva por natureza, gosta de receber atenção e mimos diversos. Precisa de elogios e de ofertas. Essa é a maioria da parcela. E quando vamos pro lado do sexo, pegação,aproximação, rola também essa receptividade.

Conversando com uma gringa que veio visitar o Brasil, ela disse algo que acho verdadeiro: aqui, para os homens, o que importa é a imagem que você passa - o que ela transmite. Se você não mostrar o corpo, se você não se ofertar de alguma maneira, parece que você está fechada para o negócio. Não é a beleza que desperta interesse, nem charme, mas sim o que ela chamou de ‘sexiness’ que você carrega. Acredito que faz algum sentido. Aqui é um lugar de Marilyns não Audreys.

Mas apesar dos questionamentos, eu não tenho problemas com esse choque de características. Já tive. Não tenho mais. Acho engraçado a luta de algumas pessoas para receber atenção, acho gente expansiva divertidíssima e admiro gente discreta. Ponto.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

É sorte!


A vida tá tão movimentada. Do jeito que deve ser: uma roda da fortuna, alternando ciclos de extrema felicidade, medo irracional e desapontamentos. E eu tenho muitos pitacos pra dar sobre tudo o que vem acontecendo. Mas esses períodos cheios de significados devem maturar antes de passarem por avaliação.

Né não?

domingo, 8 de maio de 2011

Decifra-me e muda de calçada ao me ver


Eu lembro uma vez quando eu era mais nova e minha mãe me aconselhou a guardar mais minhas opiniões; eu levei a mal, é claro! Mas esse foi um dos conselhos mais acertados dela. Minha mãe sempre disse que eu era polêmica, e eu odiava. Mas eu sempre soube que ela, e até meu pai - com quem eu tive minhas diferenças- admiravam essa característica.

Mas aí que tá, eu não segui o tal conselho pra guardar minhas opiniões. Eu segui minha vida sempre me posicionando. E óbvio, isso atrai problemas e inimigos. Além do fato de eu já carregar uma aura de mala, apesar de ser uma pessoa legal (sério). Tenho um pescoço comprido, sou magra, tenho uma voz que contrasta com meu corpo frágil, e um olhar de "...sei" (¬¬). Características repelentes numa terra de vítimas.

Eu sou uma pessoa que tem inimigos e isso não me assusta. Algumas poucas dessas pessoas até se tornaram amigos, porque a gente não tinha mais o que esconder sobre como pensávamos. Inimigos ao menos se reconhecem, sabem exatamente quem representam na história. E aí que tá a coisa toda; eu já tenho um certo faro sobre as pessoas, e a maneira mais adequada de lidar com esse *dom, é fingir que não o possui, porque se você conseguir passar despercebido não será (visto como) uma ameaça às pessoas.

Eu conheço gente que me detesta de graça e eu entendo o porquê. Eu sempre soube que se você se posiciona, se não se influencia por qualquer papo ou promessa, se não é adepta do sorriso amarelo, você se torna uma ameaça pro conforto das pessoas, especialmente aquelas que passam a vida fazendo política. E gente que passa a vida fazendo política, em sua maioria sofrem de baixa autoestima, precisam ser exaltados e tratados feito crianças. Uns pau no cu.

E há um bom tempo eu venho sentindo a necessidade de ser política, de fazer média pra ser aceita. Isso não me agrada muito. Mas as coisas são como são. Você tem de se adaptar às regras. E você tem de usar a inteligência pra tornar as coisas mais fáceis. É um fato!

Eu na verdade acho que se tornar político é uma das piores coisas que pode acontecer a alguém. Manipular através de boas maneiras soa sedutor mas acho que funciona apenas com pessoas limitadas e muito vaidosas. E me dá medo ter de moldar minha personalidade em nome de vantagens sociais. Até porque funciona.
Se você pagar de "fofa" - o novo papel mais bem aceito para mulheres - as coisas seguem aparentemente mais fáceis, já que você aceitou passar 80% da sua vida interpretando junto com os colegas. Fica mais fácil ainda se você adaptar sua voz e trejeitos para forjar a über legal, das bochechas rechonchudas, que tem falas forjadas típicas duma personagem de sitcom norte-americano que come doces escondida pra afogar em glicose a raiva reprimida que sente de si e do mundo.

Mas claro que também entendo a importância da flexibilidade, da polidez e especialmente do charme (que estupidamente uso pouco) pra viver de maneira mais fácil. Tudo isso junto, de forma dosada, é a melhor maneira de conseguir adeptos além de lidar bem com as pessoas. Mas adoraria, por vezes, ter o direito de ser intensa, inflamada, transparente sem pagar preços altos.

domingo, 20 de março de 2011

Their house is not a home

Como eu afirmei num post passado, eu não tenho o dom pra esse lance de entradas e saídas frenéticas (sem duplo sentido) de micro-relacionamentos. É, eu não tenho. Eu sou aquela pessoa que, se conseguir compartilhar intimidade com uma pessoa facilmente vou ter de raptá-la e obrigá-la a casar comigo. Porque geralmente eu sou tão desajeitada quando não conheço uma pessoa direito que a situação acaba inevitavelmente se tornando desconfortável e constrangedora. E eu tenho fundamentos pra não ter muita paciência pra isso. Não apenas fundamento, eu tenho passado.

Eu acredito que isso deve ser desconfortável pra muita gente. Falta de intimidade, de segurança, de acolhimento é chato pra cacete pra mim e pra uma galera, tenho certeza. A começar que o cuidado que se deve ter nessas circunstâncias é redobrado em
todos os sentidos. A aparência, as 'aparências' que você vai dar a sua vida, a higiene, o que diz, o que se priva de dizer, parece que tudo tem de ser previamente planejado. Eu diria que é uma performance artística. Tem de ter um dom. E a minha habilidade em criar contos de fada é nula.

Lembro de diversas vezes em que... Sabem aquela vergonha que arrepia todos os pelos do teu corpo? pois então! As mais traumáticas estão associadas ao ato de ir ou dormir, na casa de uma pessoa que eu não tinha muita intimidade ainda. Ai, cara! A casa de uma pessoa é um santuário sagrado (ou profano, no caso), tem muitos segredos, muito dela ali. Daí você aparece lá e se vê diante da história da pessoa, os quadros, os parentes, os gostos, as músicas, os filmes, as exs, vixe! Mas ainda assim, é tudo muito impessoal, porque você não faz parte de nada daquilo. Outro assunto que deve ser absolutamente esquecido; pertencer ou não.

Lembro de um cara que eu gostei, e que dizia gostar de mim; a primeira, a segunda e a terceira e última vez que fui em sua casa, reparei muito no quanto seu quarto era claustrofóbicamente pequeno e principalmente na porcaria de uma foto dele com a
ex em cima de uma estante. E o que eu podia fazer? O que podia dizer? Nada! A casa é dele, ele dispõe suas coisas da maneira que bem entender e distribui suas lembranças como quiser, afinal, é o dono. E eu? Bem, eu que não pertencia àquele lugar
só pude me incomodar e aceitar que eu não fazia parte do contexto e que aquelas coisas e memórias imaculadas estavam onde deveriam estar, eu era a intrusa.

Numa outra situação, a primeira vez que durmi na casa de um pseudo-namorado, tudo me soou estranho. Eu odiei tudo! Daí no meio da noite eu quis ir ao banheiro e não lembrava onde ficava, perguntei pro cara e ele me deu a indicação: "Segunda porta
à direita". Ok! Lá fui eu, no escuro, contei duas portas e abri a terceira à direita. Coisas da meia-noite. Abri a porta onde ficava o cão, uma espécie de demônio da Tasmânia que pulou em minha direção e aí só ouvi o cara lá da cama exclamando "Aaaaaaaaaaaaah, não!" e levantando pra tentar capturar aquela criatura abissal. E eu, sem graça, pensando: "Putz, que brecha!" . Ainda lá, pela manhã, fui tomar banho, e ele havia dito que tinha toalha no próprio banheiro dentro de não sei aonde, e quando acabei vi que não tinha porra de toalha nenhuma e tive que chamar o cara lá de dentro do box. Affe! Uma coisa é você na sua casa dar um gritão desinibido tipo "Ô mãeeeeeeeeee, pega a toaaaaaaaalha!", outra completamente diferente é gritar pro cara pra quem você quer(?) pagar de lady.

Ainda tive outros perrengues em lares alheios, de pessoas em geral, amigos, conhecidos, pretendentes. Muitas vezes, pelo desconforto de ter minha cultura e educação confrontada com os hábitos e costumes de uma pessoa desconhecida - porque uma vez dentro da casa de algumas pessoas, você deve, mesmo que apenas por polidez, aceitar as crenças delas - e outras vezes, por ter me sentido pressionada a adotar uma postura que não é minha ao ir à casa de alguém que eu havia conhecido. Que mulher nunca percebeu que, ao entrar na casa de algum 'bofinho', havia no ar uma regra pré-estabelecida de que você seria muito bem tratada caso você aceitasse transar com o carinha em questão? No entanto, chegando lá, você vê que não quer, e tem de dizer,com todas as letras, "Olha...Não!'? É... claro que também me senti vulnerável ao que poderia proceder na sequência dessa decisão, já que entramos naquela questão de que cada lar possui suas regras e se você não for o dono, não é você quem as dita.

E a partir dessas experiências decidi que, se é pra ter de adivinhar se você é uma intrusa em territórios inóspitos, eu prefiro me acostumar com uma pessoa nos ambientes triviais, antes de descobrir, por impacto, segredos e hábitos revelados
através da cumplicidade de um lar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Não é egolatria...

É auto-avaliação.


















(Rabiscando de caneta pra superar o trauma de desenhar).

Re-Laços

Num passado recente eu passei por aquela fase que algumas pessoas - geralmente aquelas que valorizam limites - passam. Eu bodiei de me relacionar. Essa 'fase' até que durou um tempo considerável, levando em conta que eu simplesmente não tenho o dom de ficar saindo com caras pra ver se acerto (acertamos) na escolha.

Eu cansei pois num relacionamento me peguei vulnerável, logo, irreconhecível, e não curti. Sentir que, de repente, você pode acabar agindo de maneira que não lhe é habitual por conta das reviravoltas de um jogo, sabem? Acho que todos já fizeram isso.
Relacionamentos, quando não são de fato amorosos, costumam ser um jogo sem fim: eu jogo charme, espero virem atrás, me passo por desinteressada, daí me dão um gelo, aí eu vou atrás e me faço de apaixonada e on and on and on...

Só que aí eu cansei. Eu sou um pouco radical com as pessoas, admito. Eu as enquadro dentro de modelos de conduta e espero sempre mais do que dou. Terrível, eu sei! E pesando tudo; o mea culpa e o que classifiquei como "culpa" da outra parte, eu decidi sair da rodinha, não quis mais brincar!

E o que eu tô vivendo agora é a reconstrução de modelos de relacionamento, na minha cabeça, inicialmente, para depois ser, quem sabe, adotado na prática. Pois eu não tenho ainda, ou tive, muitos bons modelos de relacionamento para me espelhar, e isso deve influir de alguma maneira no meu termômetro de tolerância.

E essa reconstrução de modelos não envolve apenas os relacionamentos amorosos, mas inclui a arte de relacionar-se com pessoas em diversos âmbitos, de uma maneira geral e... putaqueopariu! Como é difícil ser tolerante! Como é difícil ter aquela facilidade de um bom observador para notar o que há de errado, o que as pessoas escondem, o que emulam e ainda assim, aceitá-las, quando muitas vezes é difícil aceitar a nós mesmos.

Mas enfim, em nome da cordialidade e aprendizado, tenho me limitado a uma virada de olhos e a constatação crucial para relevar defeitos diversos: "É gente!".

domingo, 13 de março de 2011

Quase uma casa de campo

Que volto periodicamente.
Nesse caso, depois de quase um ano de jejum.